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Diários de uma Apotecária - Capítulo 32

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  3. Capítulo 32 - Epílogo: O Eunuco e a Cortesã
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“Hora de trabalhar. Vá.”

A velha madama empurrou Maomao para dentro de uma carruagem de aparência distinta. O trabalho daquela noite era, ao que parecia, um banquete para algum nobre. Maomao só pôde suspirar quando chegaram diante de uma grande mansão ao norte da capital. Ela era apenas uma entre várias moças acompanhando suas “irmãs” ao banquete. Todas estavam vestidas com roupas deslumbrantes, maquiadas de forma ostentosa. Ao pensar que estava produzida do mesmo jeito, Maomao sentiu um enjoo estranho.

Conduzidas por um longo corredor, subiram uma escada em espiral e entraram em um salão amplo. Lanternas pendiam do teto, e festões vermelhos decoravam tudo. Maomao pensou que aquele anfitrião realmente tinha dinheiro de sobra.

Cinco homens estavam sentados em fila no salão. Eram mais jovens do que ela imaginara. Pairin chegou a lamber os lábios ao vê-los sob a luz trêmula das lâmpadas. Recebeu, então, uma cutucada discreta de Joka. Quando queria, aquela “irmã” tão sedutora conseguia ser rápida o suficiente para até a própria madama levantar as mãos em rendição.

Que pena que ele não fez essas apresentações antes! Diziam que aqueles convidados eram altos funcionários do palácio; Lihaku fora o intermediário. Com ele envolvido, pelo menos parte dos lucros iria para abater as dívidas de Maomao. Além do mais, ela havia recebido uma indenização de dispensa bem maior do que esperava — o que a livrava de ser obrigada a vender seu corpo. Mesmo assim, a madama continuava mandando-a para serviços estranhos como aquele.

A velha desgraçada. O modo como ela cacarejou ao ouvir… Aquela velha realmente parecia determinada a transformar Maomao em cortesã. Já fazia anos que vinha insistindo. Sempre dizia que Maomao devia abandonar de vez aquela teima com as medicinas, mas isso jamais aconteceria. O que queria? Que ela trocasse seu interesse por plantas venenosas por canto e dança? Nem em sonho.

Enquanto observava o salão, Maomao viu que tudo ali era extravagante: cada jarra de vinho, cada esteira onde se sentavam, tudo da mais alta qualidade. Ela chegou a imaginar se notariam caso levasse algum pequeno objeto como lembrança — mas logo balançou a cabeça. Aquilo não seria aceitável.

Convocar cortesãs à própria residência era muito mais caro do que oferecer um banquete no próprio bordel. Ainda mais quando se chamavam mulheres que, cada uma, poderia cobrar o equivalente a um ano de prata por uma só noite. Pedir que as três “princesas” da Casa Verdigris — Meimei, Pairin e Joka — estivessem presentes ao mesmo tempo era o mesmo que anunciar aos quatro ventos que dinheiro não era problema.

Maomao era apenas uma das mulheres levadas para apoiar as três estrelas da noite. Aprendera boas maneiras, mas não sabia cantar, nem tocar erhu. E dançar? Isso estava absolutamente fora de questão. No máximo, podia manter-se alerta para que as taças dos convidados nunca ficassem vazias.

Forçando os músculos do rosto, Maomao sorriu e começou a encher a taça de alguém que havia esvaziado o copo. Sua única vantagem era que todos estavam tão encantados com o canto e a dança de suas irmãs que mal olhavam para ela. Um dos convidados até havia começado uma partida de Go com um dos assistentes.

Enquanto todos riam, bebiam e aplaudiam o espetáculo, Maomao notou uma pessoa olhando fixamente para o chão. Entediado? Ela se perguntou. Era um jovem vestido com seda fina; segurava uma taça pequena apoiada no joelho e tomava goles ocasionais. Uma névoa cinzenta parecia envolvê-lo.

Vão pensar que não estou fazendo meu trabalho, Maomao pensou — já que encarava qualquer tarefa com seriedade. Pegou uma garrafa cheia de vinho e sentou-se ao lado do jovem melancólico. Sua franja escura escondia grande parte do rosto. Por nada no mundo ela conseguia ver sua expressão.

“Deixe-me em paz”, ele disse.

A voz lhe soou estranhamente familiar. A mão de Maomao se moveu antes mesmo de ela pensar; qualquer ideia de manter a etiqueta desapareceu. Cuidando para não tocar o rosto dele, afastou os fios de cabelo.

Um rosto belíssimo a encarou. Sua expressão reservada se transformou em completo espanto.

“Mestre Jinshi?” Não havia ali o sorriso radiante, nem o tom melífluo de sempre, mas ela o reconheceria em qualquer lugar.

Jinshi piscou várias vezes, estudou o rosto dela por um instante e murmurou, hesitante:

“Quem… Quem é você?”

“Uma pergunta que me fazem com frequência.”

“Já lhe disseram que você fica muito diferente com maquiagem?”

“Muitas vezes.”

A conversa lhe deu uma sensação forte de déjà vu. Maomao soltou os fios de cabelo, que caíram de volta sobre o rosto dele. Jinshi estendeu a mão, tentando segurar seu pulso.

“Por que está recuando?” ele parecia abatido.

“Por favor, não toque nos funcionários”, ela respondeu. Não era escolha dela — eram regras. Qualquer contato acarretava cobrança extra.

“Por que você está vestida assim?”

Maomao desviou o olhar.

“É… trabalho temporário.”

“Num bordel? Não me diga que você…”

O olhar dela se tornou cortante. Então ele gostava de questionar a castidade alheia?

“Eu não atendo clientes”, disse. “Ainda.”

“Ainda…”

Ela não explicou. O que diria? Não era impossível que a madama tentasse empurrar-lhe um cliente antes que conseguisse pagar sua dívida. Mas, graças ao pai e às irmãs, isso não havia acontecido até agora.

“E se eu a comprasse?”, Jinshi comentou num tom arrastado.

“Hã?” Maomao estava prestes a mandá-lo parar com aquele absurdo quando algo lhe ocorreu. “Pensando bem, talvez não fosse tão ruim.”

Jinshi prendeu o fôlego, assustado. Parecia um pombo surpreendido por um estilingue. A falta do brilho costumeiro deixava mais espaço para suas expressões. O sorriso etéreo era belo, mas quase não parecia humano — como se ele tivesse duas almas yang dentro de uma única alma yin.

“Não seria tão mal voltar ao palácio interno”, ela disse.

Os ombros de Jinshi afrouxaram. Maomao o fitou, incerta sobre o que o incomodava tanto.

“Pensei que tivesse deixado o palácio interno porque detestava o lugar.”

“Quando foi que eu disse isso?” Na verdade, Maomao lembrava-se claramente de ter praticamente implorado para ficar, a fim de pagar sua dívida — e fora Jinshi quem ordenara sua dispensa. O lugar tinha suas dificuldades, mas as damas de companhia da Consorte Gyokuyou eram boas mulheres. Além disso, ser provadora de comida era um cargo incomum, difícil de conseguir. “Se houve algo que me desagradou”, disse Maomao, “provavelmente foi não poder conduzir meus experimentos com veneno.”

“Você não deveria fazer isso.” Jinshi apoiou o queixo no joelho, no lugar da taça. A expressão de puro cansaço se transformou num sorriso torto. “Heh. Eu sei, eu sei. É da sua natureza.”

“Não sei o que quer dizer.”

“Já lhe disseram que você fala pouco demais?”

“Sim”, Maomao respondeu depois de um instante. “Com frequência.”

O sorriso dele se tornou mais suave, quase inocente. Agora foi ela quem franziu a testa. Jinshi estendeu a mão outra vez.

“Perguntei por que está recuando.”

“São as regras, senhor.” Mesmo assim, a mão dele não se mexeu. Ele continuava a encará-la, e isso lhe causava um mau pressentimento.

“Só um toque não fará mal.”

“Não, senhor.”

“Não vai lhe tirar nada.”

“Tira minha energia.”

“Só uma mão. Até um dedo. Isso deve ser permitido.”

Maomao ficou sem palavras. Ele era insistente. Ela o conhecia — sabia que ele não desistia. Rendida, fechou os olhos e soltou um longo suspiro.

“Só a ponta do dedo.”

Assim que falou, sentiu algo tocar seus lábios. As pálpebras se ergueram num sobressalto e ela viu a marca carmesim de seu batom no dedo esguio de Jinshi. Ele afastou a mão quase antes que ela percebesse o que acontecera. E, para seu espanto, levou o dedo aos próprios lábios.

Aquele pequeno…

Quando a mão dele se afastou de sua boca, havia um toque de vermelho em seus lábios bem desenhados. Seu rosto relaxou e o sorriso se tornou ainda mais inocente. Um rubor suave coloriu-lhe as faces, como se parte do batom também tivesse escorrido ali.

Os ombros de Maomao tremiam, mas o sorriso juvenil de Jinshi era tão desarmante, quase infantil, que ela não encontrou forças para repreendê-lo. Em vez disso, fixou o olhar no chão.

Droga… está pegando… Sua boca se fechou num traço rígido, e ela sentiu suas próprias bochechas corarem. Sabia que não havia usado rouge. Então percebeu risos — homens rindo, mulheres gargalhando — e descobriu que todos estavam olhando para os dois. Suas irmãs exibiam sorrisos escancarados.

Maomao temeu imaginar o que viria a seguir. De repente, desejou estar em qualquer outro lugar.

Gaoshun apareceu como que surgido do nada, braços cruzados, com o ar de quem declarava: Finalmente. Trabalho cumprido. Era o suficiente para deixar Maomao tonta — e, mais tarde, ela mal lembraria o que aconteceu no restante da noite. Só não esqueceu como suas irmãs a atormentaram depois.

⭘⬤⭘

Alguns dias depois, um visitante nobre de aparência deslumbrante surgiu no distrito de prazeres da capital. Ele trouxe dinheiro suficiente para deixar até a velha madama boquiaberta — e, por algum motivo, também trouxe uma erva incomum cultivada a partir de um inseto. E queria, em especial, uma certa jovem.

Continua…

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Tags:
apotecária, jinshi, maomao
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