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Doce Psicose (NOVEL) - Capítulo 28

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“Então você tá dizendo que puxou o ferrolho com a boca?”

“Sim.”

O homem a encarou, incrédulo, como se não acreditasse no que estava ouvindo.

Com a pele impecável — mesmo depois de tanto tempo em campo — e os lábios levemente inchados, que se moviam sem parar, seu rosto transmitia uma fragilidade quase melancólica.

Seo-Ryeong se pegou, sem querer, olhando aquele rosto intenso enquanto explicava:

“No começo, tentei puxar com os dentes, mas era muito difícil. Então tentei com os lábios, mas não tinha força o suficiente. Aí decidi colocar na boca. Não o cano, claro — tipo quando se carrega o pente, sabe? A situação tava tensa, não dava pra pensar direito. Quando você tá encurralada, tenta de tudo.”

“…”

“E acho que acabei mordendo o lado de dentro da bochecha, sem querer.”

“Se alguém que nunca atirou carrega errado e a arma falha…”

O rosto do homem ficou vermelho de raiva, mas ele logo pressionou os dedos sob o queixo, tentando se conter.

“Poderia ter explodido bem aqui.” Ele apontou para a própria garganta e, em seguida, abaixou a cabeça, encerrando o assunto. “Onde foi que você perdeu o juízo, Seo-Ryeong?”

“Como assim?”

“Seu marido sabe disso? Ignorante, teimosa… e agora completamente fora de si.”

“…”

“Uma mulher que gosta de fingir que é justa e esperta.”

“Claro que ele não sabe.” Seo-Ryeong deu de ombros. O homem soltou uma risada amarga. “Mas o meu marido… só de olhar pra mim já entende. Ele não precisa saber dessas coisas.”

“…”

Ela olhou para o próprio braço ferido, a voz saindo calma, fria, sem emoção.

“Mas não se engane. Eu não corri pra salvar a Channa por pena. Foi mais pra criticar o meu marido.” ela fez uma pausa. “Tem momentos em que dá pra simplesmente descartar as pessoas. Quando me mandaram deixar a Channa pra trás, por mais ridículo que pareça, senti como se tivessem me abandonado de novo. Então eu quis provar um ponto. Que vocês estavam errados. Que ele estava errado. E que eu precisava estar certa pra poder consertar as coisas depois.”

Mesmo com o avental de hospital, Seo-Ryeong ergueu o canto da boca, confiante.

“Então, sim. Foi tudo calculado. Nada de compaixão.”

Será que ela realmente pressionou o pescoço da Channa até ela desmaiar?
Lee Wooshin conteve o impulso de rir com desdém.

“Bom… a encenação foi convincente.”

Ele respondeu com cautela, como se falasse com uma desconhecida. Mas o desconforto em seu rosto deixava claro o que sentia de verdade.

Então Seo-Ryeong, meio sem graça, decidiu dizer algo que achou necessário.

“E… obrigada por ter me ajudado.”

“O quê?”

“Se não fosse por você… eu provavelmente teria morrido. Agradeço pela arma. E por ter cuidado de tudo depois. Sinceramente, acordar e ver que o problema já tava resolvido foi até um alívio…”

“Será que dá pra calar essa boca por um minuto?”

“O quê?”

“Acho que o problema tá vindo daí.”

Ele sorriu, mas o olhar era firme — quase frio. Sem perceber, se aproximou e se sentou na beira da cama dela.

A distância repentina e o tom gelado em seu olhar deixaram Seo-Ryeong tensa. Diante daquela hostilidade disfarçada, ela só conseguiu ficar imóvel.

“Seo-Ryeong, vamos falar sério. Se você não precisa desesperadamente desse emprego, é melhor sair da empresa.”

“O quê…?”

“Seu corpo não vai aguentar trabalhar por um tempo mesmo. Vai receber indenização e diárias de missão. Dá pra viver tranquila por uns seis meses. Se concentra no tratamento e esquece a Blast. Não volte.”

O tom dele era direto, sem hesitação — mais uma sentença do que um conselho.

“Agora eu tenho um motivo pra cortar os laços com você, Seo-Ryeong.”

“…”

“Graças à sua desobediência e à sua atitude impulsiva, finalmente tenho a desculpa perfeita pra me livrar do que vinha me incomodando. Quis te agradecer por isso, mas vendo essa sua cara perdida… acho desnecessário.”

Ele apontou o queixo em direção a ela, muda de choque.

“Escuta aqui…!”

Seo-Ryeong, agora completamente desperta, rebateu com firmeza.
Mas o homem segurou a parte de trás da cabeça dela com força.

O couro cabeludo formigou sob o aperto, e Wooshin fixou os olhos nos dela, cada palavra cortante como um prego sendo martelado.

“Lembra? O momento em que você matou alguém com uma arma.”

Os ombros dela estremeceram com o lembrete inesperado.

A paciência que manteve enquanto levava golpes de faca, o rush de adrenalina, a tensão elétrica de cada disparo — ela lembrava de tudo.

“Seo-Ryeong, você matou uma pessoa. E você é uma civil.”

“…”

“Só porque a empresa encobriu o caso, não quer dizer que a gente possa fingir que nada aconteceu.”

A voz dele soou baixa, mas cortante como gelo.

“Mas ainda dá pra fingir que foi um pesadelo horrível, só dessa vez. Antes de entrar no caminho errado, é hora de parar. Esse não é o seu lugar, Seo-Ryeong.”

A mão que segurava sua cabeça apertou um pouco mais — firme, mas quase desinteressada.

“Já tá tudo distorcido o suficiente.”

Lee Wooshin se levantou da cama e ajustou novamente a gravata.

Havia apenas dever e irritação em seu olhar — nada além de um homem cumprindo o trabalho.

Ele que se aproximara com facilidade, agora se afastava com a mesma leveza.

“Se você fosse minha subordinada, isso não terminaria assim. Eu não te afastaria de forma tão simples, nem tão gentil. Eu teria te destruído.”

“…”

“Então volte pra sua vida comum. Considere isso minha última gentileza.”

A névoa branca do umidificador se espalhou entre eles.

“Se você não é capaz de abandonar alguém sem hesitar, então não olhe pra esse lado. Não crie laços. Só viva tranquila, num mundo onde cuidar das pessoas é sempre a coisa certa a fazer.”

“….”

“Eu preciso de alguém fácil de descartar, fácil de substituir. E você não serve pra isso. É desconfortável te ver aí, fingindo ser forte e virtuosa, Han Seo-Ryeong.”

De costas, enquanto ajeitava o paletó, ele lançou um último olhar e, com um sorriso seco, cravou a frase final como se marcasse um encontro:

“Então me faz um favor e vamos nunca mais nos ver, pode ser?”

Seo-Ryeong não respondeu. Ele deu um leve encolher de ombros e saiu do quarto com um movimento fluido. O clique da porta soou firme e gelado.

Seo-Ryeong ficou parada, o rosto vazio, sem saber o que acabara de acontecer.

Ela só percebeu depois de longos segundos, deitada, fitando o teto.

“…Eu fui demitida?”

 


 

Os dias seguintes passaram devagar.

Desde o dia em que acordou, Lee Wooshin não apareceu mais.
O caso estava encerrado — ela era passado.

A enfermeira que vinha verificar os sinais sempre dizia:
“Um homem bonito vinha te visitar quando você tava desacordada.”

Mas o que realmente ficou na cabeça dela foi o fato de agora estar desempregada.

Quando finalmente recuperou um pouco das forças, Seo-Ryeong foi visitar o quarto de Channa.

A garota permanecia imóvel, quase sem vida, de olhos fechados.

Ao redor dela, Jeong Pilgyu, a esposa e a filha pequena olhavam com preocupação.

Seo-Ryeong ignorou o olhar desconfortável de Pilgyu e ficou um tempo observando as grossas ataduras no pescoço de Channa antes de sair do quarto.

“Ela tá viva.” pensou. “Mesmo que demore pra acordar… ela tá viva. Eu te prometi que não deixaria você morrer sozinha.”

Enquanto caminhava pelo corredor, um sorriso discreto surgiu em seus lábios.

“Sabia? Eu atirei naquele desgraçado.”

Ao lembrar do momento, sentiu o pulso bater forte sob o maxilar — e, estranhamente, a sensação não era nada ruim.

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Tags:
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