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Doce Psicose (NOVEL) - Capítulo 4

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A vida pode desabar num instante — algo que Seo-Ryeong havia esquecido há tempo demais.

“Aquele homem desapareceu… sumiu como névoa que evapora.”

Ela soltou um riso amargo. A dor pulsante que surgia sem aviso já era uma velha conhecida.

Eu quero encontrá-lo. Não consigo imaginar desistir assim.

“De algum modo… as coisas sempre vieram fáceis demais pra mim” murmurou.

Seu rosto, pálido e vazio, parecia ainda desacreditar na realidade. Apoiada na bengala, Seo-Ryeong vagava sem rumo.

“Mas, irmã… talvez o nosso encontro de hoje seja a vontade de Deus” disse o padre.

Ele falava com calma, abrindo o panfleto que Seo-Ryeong segurava entre os dedos trêmulos.

“Mateus 7:7. “Peçam, e lhes será dado. Busquem, e encontrarão. Batam, e a porta lhes será aberta.””

Enquanto ouvia as palavras sagradas, ela olhou para o panfleto, confusa.

Não era uma ilusão.

Ainda estava turvo, mas — por um breve instante — parecia que a névoa diante de seus olhos se dissipava. Atônita, piscou várias vezes.

“Encontramos qualquer coisa — pessoas, objetos, informações.
Preço justo. Confidencialidade garantida.
Empresa dirigida por ex-funcionário da Agência Nacional de Inteligência.”

☎ 010-XXX-XXXX

 


 

Vários exames depois, uma caneta de luz circular iluminava os olhos de Seo-Ryeong.

O oftalmologista parecia intrigado, coçando a cabeça e suspirando como quem encara algo impossível.

“A senhora disse que voltou a enxergar há alguns dias?”

“Sim.”

“Isso… não faz sentido algum.”

Ela também não entendia. Quando fora diagnosticada com disfunção retiniana, haviam dito que podia ser genético — ou apenas um desses azares da vida. Triste, sim, mas algo que ela aprendera a aceitar.

Coisas assim já aconteceram comigo antes.

Mas isso…

“Precisamos reportar isso à comunidade científica” disse o médico, franzindo a testa.

“É tão grave assim?”

“Grave, não. Inédito. Em todos os meus anos de profissão, nunca vi um caso como o seu.”

Nas últimas semanas, a visão de Seo-Ryeong melhorava a olhos vistos.

Não era ilusão. Já conseguia distinguir o contorno dos móveis, e até o rosto do médico se tornava reconhecível.

Com óculos corretivos, talvez pudesse ver o mundo com nitidez novamente. Seu coração acelerou.

Há pouco tempo, tudo parecia ruir. Agora, o mundo simplesmente virara de cabeça pra baixo.

Seu marido desaparecera — e a névoa em sua visão também. Era irônico, quase como se o destino equilibrasse doença e cura na mesma balança.

Intervenção divina, ou um estranho preço pago ao universo?

“Meus olhos… será que nunca estiveram doentes?” sussurrou, sem nem perceber o que dizia.

“Como assim?” perguntou o médico.

Nem ela sabia.

Era apenas uma sensação, uma lógica absurda que ligava o desaparecimento do marido à sua súbita recuperação.

Mas por que isso estaria conectado?

A disfunção retiniana havia surgido do nada — e desaparecido da mesma forma.

Era como Kim Hyeon. Ele também aparecera quando tudo desabava e, de repente, sumira quando a luz voltava a brilhar.

Esses pensamentos insensatos dominavam sua mente. Até as broncas do policial, mandando-a procurar ajuda médica, pareciam agora… conselhos úteis.

“Quando recebi o diagnóstico, o médico disse que não havia cura.”

“Está certo. Essa doença é praticamente irreversível. E, segundo seu prontuário, o avanço foi agudo. Mas agora… parece estar regredindo.”

O médico coçou o queixo, pensativo.

“Já se passaram dois anos e meio desde o diagnóstico, não?”

“Sim.”

“Então talvez tenha sido algo temporário.”

As palavras cautelosas ecoaram na cabeça de Seo-Ryeong.

“É um caso que merece estudo” continuou ele. “Se o nervo óptico e a retina pararam parcialmente de funcionar, mas houve reversão de paralisia, é raro, mas teoricamente possível.”

“…!”

“Mesmo assim, nunca ouvi nada parecido. Pra algo assim acontecer, alguém teria de… interferir diretamente no nervo óptico.”

Ele deu de ombros.

“Seria algo cruel, até malicioso, se for verdade.”

Sim.

Ela apertou a bengala, em silêncio.

Uma vez por semana, era o marido quem pingava os colírios em seus olhos. Não havia solidão quando ele estava ali — apenas o toque gentil, e depois, o beijo de sempre.

“Se continuar nesse ritmo, logo vai recuperar completamente a visão!” disse o médico, animado. “Vamos acompanhar de perto.”

Ela hesitou um instante antes de perguntar:

“Por acaso, meu médico responsável foi trocado?”

“Ah, sim.” O doutor ajeitou os óculos. “O Dr. Park recebeu uma proposta e foi nomeado professor na Johns Hopkins, nos Estados Unidos.”

Silêncio.

O marido não fora o único a desaparecer. Estranhamente, pessoas próximas também sumiam junto.

Seria mais uma daquelas coincidências absurdas?

Agora, Seo-Ryeong queria mais do que suposições. Queria respostas — concretas, diretas. Pistas que ligassem todos os fragmentos soltos dessa história.

Mas ela sabia: nem o padre, nem o médico, nem o policial poderiam explicar o inexplicável.

 


 

“Tudo nele era falso — o nome, o emprego, até a placa do carro. O número de registro também era forjado. Não há câmeras dentro da vila, nem nas vielas ao redor. E os vizinhos? Todos desapareceram. Ainda assim, você consegue encontrá-lo?”

A voz dela saiu seca, quase sem emoção.

O atendente do “serviço de recados” — um jovem de olhos vivos e sorriso enviesado — a observou com interesse.

Aquela história era tão absurda que o divertia.

“Vai ser difícil” disse ele, apoiando o queixo na mão. “Mas… vai ser interessante.”

Abriu um leve sorriso.

“A investigação começa com quatro milhões de wons. Tudo bem pra você?”

Seo-Ryeong apenas assentiu, sem demonstrar ânimo algum.

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