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Doce Psicose (NOVEL) - Capítulo 42

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Seo-Ryeong subiu as escadas junto dos outros, engatinhando até alcançarem a porta do terraço. Lá, se estenderam sob o sol, deixando o remédio vermelho e as lágrimas secarem na pele. Exaustos, desabaram nas camas, os corpos marcados pelo suor e pelo esforço.

Até mesmo o cara que se gabava de ter feito parte da seleção nacional, e os ex-atletas profissionais, já tinham desistido do treinamento. Foram embora antes do tempo, rindo da ideia de aguentar cinco horas seguidas de exaustão física, abrindo mão das suas patentes antes de sair.

Em alguns dias, o exercício era empilhar sacos de arroz ou tijolos sem parar — só para depois desmontar tudo e empilhar de novo.

Logo ficou claro que o verdadeiro objetivo dos instrutores era testar o limite deles — moer corpo e mente até sobrar só a força de vontade.

Depois de uma semana nesse ritmo infernal, até os que reclamavam de bobagens ficaram em silêncio, o rosto tomado pela preocupação.

O ódio mútuo — principalmente o que sentiam por Seo-Ryeong — se dissipou, e todos ficaram mais humildes. Depois do treino, nem restava energia pra brigar ou se irritar por qualquer coisa.

Ironicamente, cada vez mais caras se aproximavam de Seo-Ryeong, pedindo ajuda enquanto ela enrolava ataduras e passava pomadas com cuidado.

“Mas o que é isso? Virei enfermeira agora?”

Mesmo assim, alguns ingratos ainda reclamavam.

“Ei, ei, vai com calma aí!”

Na manhã da terceira semana, tudo seguiu igual. Eles estavam na corrida matinal.

De novo, o ar parecia entalar na garganta, e o espaço entre as costelas ardia como se uma agulha tivesse sido cravada ali. Quando a vontade de desistir aparecia, Seo-Ryeong fazia acordos silenciosos consigo mesma.

Se conseguisse chegar ao primeiro quilômetro, tentaria o segundo. O segredo era simples: não parar.

Ela aumentava a meta aos poucos — e quando alcançava, aumentava de novo.

Mas, mesmo com toda essa determinação, a garganta queimava e respirar doía como engolir alfinetes.

“—!”

Um vento forte passou por ela. Os olhos se arregalaram, e ela olhou ao redor. Um cheiro familiar roçou suas bochechas quentes.

O que… era aquilo? De onde vinha? Sem dúvida…

Ela sentiu o cheiro de Kim Hyeon.

Dessa vez, era real. Não era perfume nem amaciante — era o cheiro cru do corpo suado dele, aquele aroma inconfundível que vinha depois do sexo.

Seo-Ryeong olhou em volta, nervosa, mas tudo que viu foram os colegas arfando, suados, exaustos.

Até que seus olhos pousaram no instrutor correndo à frente. Ela piscou rápido, tentando se convencer de que era engano, mas o cheiro era forte demais.

Mesmo que fosse alucinação, bastou aquele sopro de familiaridade pra o sangue disparar nas veias.

Ela cerrou os dentes e correu até ele, puxando o tecido da camiseta.

“Uhhh…”

O instrutor parou e olhou pra ela.

“O que foi?”

O homem alto e de pele morena franziu o cenho, confuso. Tinha um rosto familiar — devia ser do time de segurança especial.

Se eu disser que quero enfiar o nariz no seu ombro pra confirmar o cheiro, vão me internar.

Seo-Ryeong abriu a boca, mas não conseguiu falar. Em vez disso, estudou o rosto dele com atenção — dos olhos ao nariz, do nariz à boca. Parecia tão sólido, tão confiável.

Ela começou a comparar mentalmente os traços do homem com os do marido, como quem tenta montar um quebra-cabeça. Kim Hyeon era exatamente como ela se lembrava: olhos sem pálpebras duplas, nariz mais baixo, mandíbula angulosa. Lee Wooshin, por outro lado, era diferente.

O instrutor na frente dela parecia se misturar com a imagem de Kim Hyeon em sua cabeça. Seo-Ryeong umedeceu os lábios rachados, como quem finalmente encontra um oásis depois de atravessar o deserto.

Mas… não podia haver agentes da SNI ali. Ainda assim, precisava confirmar. Como era mesmo a voz dele?

A voz de Kim Hyeon era rouca, levemente grave. Ele podia ter cegado os olhos dela, mas nunca provocado uma surdez.

O cheiro o fazia reviver tudo — confundia seus sentidos, embaralhava seus pensamentos como um enxame de abelhas zunindo. Tonta, ela olhou em volta, ofegante, tentando se recompor.

“Vamos… só conversar normalmente, tá?” disse ela, forçando a voz a sair. “Instrutor, em vez de só lavar a camisa…”

“Hã?”

“Se ela estiver muito manchada de suor, use uma mistura de bicarbonato e água, tá?”

“Ah…”

“E antes de lavar, confira a etiqueta com as instruções…” Ela completou, envergonhada, torcendo pra ele não perceber que, basicamente, o chamara de fedido.

“Quantos dedos você vê aqui?”

De repente, ele levantou duas mãos, fazendo um V.

Até o gesto dele é fofo…

Ela pensou, confusa. Eles têm quase a mesma altura… o mesmo jeito rígido… Mas não pode ser o Kim Hyeon…

Mesmo assim, ver aquele rosto parecido saciava uma sede antiga. Ela sabia que era carência, mas não conseguia evitar.

Só de olhar pra ele, já sentia o coração bater mais leve.

“–!”

Uma mão grande cobriu seus olhos de repente, bloqueando sua visão.

A pressão contra sua têmpora a empurrou para trás, batendo em algo duro.

A palma que a cegava tinha um cheiro doce, artificial, como balas de morango.

“Não se desconcentre. Continua.”

A voz vinha dele — Lee Wooshin.

Quando ela se virou, encontrou seus olhos frios e impassíveis. O instrutor que ela observava apenas acenou e correu adiante.

Seo-Ryeong o seguiu com o olhar, os lábios entreabertos, mas logo ouviu a voz firme atrás dela:

“Volte ao ritmo, agora.”

Ela respirou fundo e obedeceu. Por um momento, a dor parecia ter desaparecido, anestesiada — até que voltou com tudo quando encarou Lee Wooshin novamente.

Nem as ataduras nos pés aliviavam o incômodo. Ela mancava, enquanto ele caminhava tranquilo à frente, o olhar frio cravado nela.

“Já peguei Han Seo-Ryeong viajando em pensamento com outro cara duas vezes,” comentou, pressionando o queixo dela pra cima. “Vamos ver se pego uma terceira.”

“…”

Ele lançou o aviso com uma calma irritante e simplesmente a ignorou, seguindo adiante. Seo-Ryeong ficou parada, observando suas pernas longas e o jeito firme de andar.

Se dissesse qualquer coisa errada agora, ele usaria isso contra ela — e ela não teria forças pra reagir.

Mas então ele parou, pôs as mãos na cintura e olhou para o chão.

O que foi agora?

Antes que ela pudesse perguntar, ele se aproximou, tocou sua testa com o dedo indicador — e deu um leve estalo.

“Ah!”

O toque se transformou num pequeno golpe, seguido do polegar que esfregou o ponto atingido. Seo-Ryeong ficou boquiaberta, e ele apenas franziu o cenho com um meio sorriso.

“Quanto mais penso nisso, mais irritante fica. Por que diabos você tava babando por outro instrutor?”

“Eu não tava babando!”

“Parece que ainda tem energia pra andar. Que tal fazermos sete quilômetros, então?”

“…”

Um arrepio correu pela espinha de Seoryeong, e ela se calou na hora. O cheiro de Kim Hyeon ainda pairava em sua memória, insistente.

“Não procure um substituto pro seu marido aqui.”

“…”

“Aqui não existe isso.”

Ele clicou a língua, impaciente, e saiu do alojamento.

Seo-Ryeong ficou parada, sentindo o coração afundar.

Meu marido não pode estar aqui. Eu sei disso.

Ela não estava procurando um substituto — só não conseguia evitar ver reflexos dele por toda parte. Era como reconhecer um jarro familiar e descobrir que estava vazio. Doía perceber que seu gosto era tão moldado por Kim Hyeon.

E se nunca mais o encontrasse…? Talvez acabasse se contentando com imitações. Uma ideia triste e amarga.

Aquela noite, Seo-Ryeong terminou sua refeição novamente por último — o coração pesado, o prato frio.

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Tags:
Doce Psicose, Merry Psycho, novel
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