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Doce Psicose (NOVEL) - Capítulo 6

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Encarando o confuso Jeong Pilgyu, Seo-Ryeong reformulou a pergunta:

“E se eu… for pega pela Agência Nacional de Inteligência?”

Era uma pergunta simples. Se ela realmente não conseguia encontrá-lo, então — por que não fazer o contrário? Em vez de perseguir a sombra, faria a própria floresta pegar fogo.

“Se eu fizer algo errado… consigo encontrar agentes em atividade?” sua voz saiu firme, quase calma. “Será que eu posso cruzar o caminho dele?”

Se ele estava nas esferas inalcançáveis do alto escalão, ela só precisava começar de baixo — e subir batendo. Bater, perguntar. Bater, perguntar. Até chegar até ele.

Seo-Ryeong estava decidida: faria qualquer coisa para ver Kim Hyeon de novo.

Um silêncio profundo pairou sobre os três. O rosto de Seo-Ryeong permaneceu impassível, enquanto os dois funcionários da Blast a olhavam com desconfiança.

No meio da tentativa frustrada de Jeong Pilgyu de encontrar palavras, Channa resmungou entre um espirro e outro:

“A comida da prisão da Agência Nacional de Inteligência deve ser uma delícia, né…?”

Pilgyu a chutou na canela para calá-la.

“Senhorita Han Seo-Ryeong, não tenha ideias malucas” disse ele, ríspido.

Ela não respondeu. Apenas se levantou e começou a andar. O bastão que segurava foi jogado no lixo, sem hesitação. A cada passo, algo dentro dela se solidificava.

Kim Hyeon… foi culpa sua, não foi?

Você me deixou cega.

Agora que a luz voltava aos seus olhos, o coração dela ficava cada vez mais frio.

De repente, Seo-Ryeong começou a rir — alto, agudo, quase histérico. O som ecoou pelo corredor vazio, vibrando como um eco persistente. O sorriso torto em seu rosto não parecia disposto a desaparecer tão cedo.

Kim Hyeon… nós ainda vamos nos encontrar.

Porque desta vez, é você quem vai vir me capturar.

 


 

A cada degrau que descia na escada desgastada, o homem mudava de passo — e de semblante.

O trabalhador comum, de aparência gentil e dedicada, se desfazia aos poucos. Os passos antes retos tornaram-se lentos, irregulares. Os olhos antes cheios de ternura se estreitaram, ganhando um brilho frio.

Desabotoou a camisa cuidadosamente alinhada e arrancou a fina camada de silicone do colo.

A cada pedaço que tirava, um novo rosto surgia — o verdadeiro.

A mandíbula firme, o nariz afilado, os olhos longos e fundos: nada restava do homem comum que Seo-Ryeong conhecera. Sua pele, antes bronzeada e áspera, revelava-se clara e impecável, quase translúcida, conferindo-lhe um ar estrangeiro.

Os traços eram harmoniosos e cortantes — bonitos demais para serem reais. Um rosto feito para enganar.

Ele então puxou o pequeno filme de hidrogel colado ao pescoço, soltando um suspiro divertido.

“Ugh… isso é simplesmente nojento. Nem cobra troca de pele assim. Mesmo vendo de perto, é difícil acreditar.” A voz do hacker do time de apoio da Agência ressoou pelo fone. “Imagina se um ex-agente da CIA resolve postar um tutorial de maquiagem especial no YouTube?”

O homem — agora sem disfarce — levantou os olhos e fitou a lente da câmera de segurança. Um leve sorriso atravessou seu rosto, e ele girou a máscara de silicone no dedo, como se fosse uma moeda, antes de jogá-la para cima e pegá-la de volta com facilidade.

Louco. Era a palavra que o hacker murmurava sempre que falava sobre ele.

O único alívio era saber que, finalmente, a missão tinha acabado.

Dois anos. Dois anos e meio fingindo ser o marido perfeito.

O hacker, jovem e recém promovido ao campo, assistia ao vídeo de vigilância com uma mistura de fascínio e desconforto. Ver aquele homem trocando de rosto, de voz, de vida — tudo com tamanha naturalidade — fazia-o duvidar se alguma parte de “Kim Hyeon” havia sido real.

Mas assim que a ordem de retirada chegou, ele mudou. Rasgou Kim Hyeon em pedaços, sem hesitar, como se estivesse apenas tirando mais uma máscara.

O jovem pressionou o comunicador no ouvido.
“Líder… conseguiu sair em segurança?”

A resposta veio num tom leve, debochado.

“Ah, saí correndo sem olhar pra trás. Vai que me pegam.”

A voz era suave e melodiosa, mas carregava um toque perigoso de ironia.

O nome dele, nos arquivos da Agência, era apenas um codinome.

Maska — máscara.

Membro do primeiro time não oficial do Setor de Inteligência de Interesses Nacionais no Exterior.

O espião com cem rostos.

Nunca capturado. Jamais identificado. Um jogador entre jogadores — dissimulado, teatral, incontrolável.

O Agente Negro Lee Wooshin.

Dizia-se que só obedecia diretamente à Vice-Diretora 1. Com o apoio do Instituto de Desenvolvimento de Defesa, ele podia se transformar em qualquer coisa — um idoso, um estrangeiro, um viciado, até mesmo uma mulher.

O hacker, que o acompanhara nos últimos dois anos e meio, acreditava piamente nisso agora.

Ele não apenas interpretara o papel de um marido dedicado. Ele o vivenciara com perfeição.

“Mas, falando sério, você entregou mesmo sua carta de demissão?” perguntou o hacker. “A vice-diretora tá arrancando os cabelos.”

“E o que você tem a ver com isso?” respondeu a voz, preguiçosa.

“Se eu não seguir você, quem mais eu vou seguir?!” o jovem rebateu, meio rindo, meio chorando.

Para ele, Lee Wooshin era mais que um mito — era uma lenda viva. Um homem que coletava informações no exterior, eliminava traidores e voltava sem deixar vestígios.

E, rindo no fone, Wooshin respondeu com desdém:

“Do jeito que você tá indo, Won Chang, qualquer dia eu é que vou ter que pedir pra você me limpar a bunda. Que tal?”

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Tags:
Doce Psicose, Merry Psycho, novel
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