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Doce Psicose (NOVEL) - Capítulo 60

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“Você tá viva e bem, unnie?”

A voz rouca que veio pelo telefone deixou Seo-Ryeong completamente confusa.

Quem era? Era mesmo a Channa?

Ela ficou sem palavras, como se alguém tivesse roubado sua chance de responder.

Talvez fosse porque passou quase dois meses presa no campo de treinamento, mas tudo aquilo parecia tão irreal. A imagem de Channa, deitada, coberta por bandagens e sem vida, parecia coisa de anos atrás.

Embora estivesse aliviada por ela ter sobrevivido, toda vez que lembrava dos lábios pálidos, dos olhos fechados com força e da expressão devastada de Jeong Pilgyu, algo áspero se agitava dentro do peito.

“Você ainda tá andando com o pessoal da BLAST?”

“…” Seo-Ryeong piscou devagar. Seus sentidos ainda estavam tão amortecidos que ela mal percebia onde estava.

O barulho do dormitório foi aos poucos perfurando aquele zumbido ensurdecedor em seus ouvidos. De pé no corredor, ela percebeu alguns homens com cestos de banho olhando em sua direção.

“Alô, unnie? Você desmaiou de exaustão?”

“Não, mas eu acabei de acordar, e o dia já tá pela metade.”

Channa deu uma risadinha suave quando ela respondeu, andando de um lado pro outro.

“Eu soube dos detalhes com meu cunhado.”

“Ah, sobre isso… na verdade eu fui demitida da empresa, mas o Sr. Kang Taegon me ofereceu o cargo primeiro.”

“Não é isso que eu quis dizer. Eu ouvi que você me salvou.”

“…!”

“Obrigada, unnie. Eu lembro de tudo.”

Seo-Ryeong ficou muda, esperando que Channa continuasse.

“Naquela hora… quando você ficou do meu lado com aquele olhar decidido. Eu não fiquei com medo nem por um segundo.”

Aquela gratidão tão unilateral era estranha e desconfortável, como vestir uma roupa que não servia direito.

Por algum motivo, as orelhas de Seo-Ryeong começaram a coçar, e ela coçou a testa quente enquanto se afastava.

“Eu não fiz nada demais. Naquela hora, foi o instrutor Lee Wooshin — não, foi você, Channa — quem deu todas as instruções pra eu manter a calma. Você é quem tava realmente em perigo.”

Ao dizer isso, a imagem de Lee Wooshin veio à mente.

Os olhos dele carregavam uma confiança tão intensa que chegava a ser intimidadora, e a voz firme dele ainda ecoava na cabeça dela. Só aquilo já fazia o coração de Seo-Ryeong bater mais rápido.

Ele disse que ia encontrar meu marido. O mesmo homem que todos já tinham dado como perdido… e mesmo sem saber quem Kim Hyeon era, ele disse que faria isso.

Só de pensar de novo, a tentação voltava, mas Seo-Ryeong balançou a cabeça. Se tivesse aceitado aquela proposta, era certo que teria que lidar com interferências e obstáculos desnecessários.

“Mesmo assim, unnie…”

A voz de Channa veio cautelosa pelo telefone.

Além do mais, como ele poderia oferecer o próprio pescoço por mim, a não ser que fosse o contrário?

“Unnie, você é minha salvadora. Eu podia passar o resto da vida pagando essa dívida.”

Seo-Ryeong se remexeu, desconfortável.

“Você não salvou só a minha vida; salvou a da minha família também. Eu vou ser o seu sexto dedo pro resto da vida, e vou cumprir essa promessa, unnie.”

Ela podia imaginar Channa curvando-se profundamente, quase tocando o chão.

“Quer dizer, eu vou ser o seu *pica-pau!”

(*Pica-pau, ou “magpie” em inglês, é um pássaro barulhento e inteligente, conhecido por atacar qualquer coisa que considere uma ameaça.)

Seo-Ryeong afastou o telefone do ouvido com a voz empolgada ecoando.

“Hein, como assim…?”

“Não me diga que você não gosta de pica-paus? Só de vê-los já é sinal de sorte! Eles até construíram a Ponte Ojakgyo!*”

(*A Ponte Ojakgyo é parte da mais famosa história de amor coreana, em que um casal separado pela Via Láctea se reencontra quando os pica-paus formam uma ponte.)

O alojamento de Seo-Ryeong , onde ela entrou cambaleando, estava cheio apenas do som ocioso da TV. Todos os colegas de equipe estavam desmaiados, dormindo como pedras.

Ela suspirou e coçou a testa.

“Channa, você não devia dizer esse tipo de coisa assim, à toa. Se pessoas ruins souberem do que você é capaz, vão tentar te usar.”

“Eu não falo essas coisas pra mais ninguém!”

“Mas acabou de falar.”

“O quê?”

“Pessoas ruins vão pensar no tamanho do seu pescoço primeiro.”

Seo-Ryeong deu uma risada fria, lembrando-se da cara autoritária de Lee Wooshin.

Se ao menos pudesse usá-lo a seu favor. Essa ideia vinha lhe rondando desde que saiu da enfermaria. Então ela falou com doçura:

“Então… você disse que vai ser o meu pica-pau? Nesse caso, que tal eu te alimentar e te dar água em troca?”

“Hã?”

Ela ouviu a confusão na voz de Channa do outro lado e sorriu:

“Quando sair do hospital, por que não fica um tempo na minha casa? Eu te passo o código da porta, não tem grade nas janelas, você pode entrar fácil. Eu ainda levo sobremesa pra você.”

Quando o silêncio veio do outro lado, Seo-Ryeong arqueou uma sobrancelha.

“…bip, bip, bip.”

Channa fingiu desligar.

“Não fala demais, Channa.”

Ver alguém que não queria se aproveitar dela, mas que se aproximava com sinceridade, quase implorando por um lugar no mundo dela, atiçava um antigo desejo em Seo-Ryeong — o de ter algo que fosse seu.

Foi por isso que ela ficou tão obcecada por Kim Hyeon, que parecia disposto a lhe dar tudo. Ouvindo a risada de Channa, ela apertou o telefone contra o peito.

Nesse momento, uma voz nítida e cortante atravessou o som de roncos no alojamento. A luz esverdeada da TV iluminava o cômodo escuro.

[O ex-deputado Park Kwang-doo, acusado de receber 5 bilhões de won em suborno disfarçados de indenização de seu filho, foi absolvido. O tribunal concluiu que o filho mantinha uma vida independente e não repassou o dinheiro ao pai, tornando difícil reconhecê-lo como propina…]

Pobre Channa. Por que me agradecer? Eu não acredito em gratidão.

Se alguém me deve algo, eu cobro com juros.

Os olhos de meia-lua dela permaneceram fixos na tela.

“Channa, você disse que assaltou um banco aos dezesseis, né?”

 


 

“Você ficou maluco?”

Do outro lado da linha, Lee Wooshin ouviu o som áspero das rodas de uma cadeira girando. A voz de WonChang, pelo fone interno, estava trêmula.

“O que você tá fazendo? Chefe, o que diabos quer que eu faça?!”

“Você não entendeu?”

“Chefe!”

Os membros da equipe, que haviam recebido a segunda dose dos reforços médicos, dormiam sem parar — trinta horas seguidas, sem comer, alternando entre aulas e a enfermaria.

Depois de alguns dias, voltaram a calçar as botas e começaram a correr ao redor do campo, se aquecendo devagar. No terraço, Lee Wooshin observava os dormitórios sob o vento gelado.

No começo, mal conseguiam correr dois quilômetros sem perder o fôlego. Agora, os passos eram firmes.

Quando terminassem o treinamento, estariam prontos pra correr dez quilômetros a toda velocidade.

Entre eles, ele avistou Han Seo-Ryeong — correndo ao lado de um colega, rindo, trocando tapas amigáveis no ombro. Os olhos dele gelaram.

“Procure um corpo masculino, 1,88 m, 80 quilos. O ideal é que a parte inferior esteja irreconhecível — queda, queimadura, tanto faz.”

“…Não, não, não, o que eu quero saber é por que você tá procurando um corpo e depois uma máscara do Kim Hyeon! O que você vai fazer com a Coruja? Eu achei que a operação tinha acabado!”

“Eu também achei. Era pra ser uma retirada completa.”

“Hã?”

“Mas nós erramos, WonChang.”

Lee Wooshin sorriu de leve, tocando o próprio rosto. Tentar lidar com ela como antes era inútil. A mulher que um dia confiou cegamente em suas palavras já não existia.

“A ‘Coruja’ eu ainda consigo controlar, mas Han Seo-Ryeong, não. Ela parece frágil, mas é uma sobrevivente — alguém que aguenta o inferno e volta sorrindo.”

A esposa dele parecia frágil. Han Seo-Ryeong era o oposto. Por isso, os métodos que funcionavam com a “Coruja” eram completamente inúteis com ela.

No fim, Lee Wooshin se tornou o superior odioso que descontava suas frustrações de divórcio numa subordinada — e seu cenho se fechava toda vez que lembrava daquele dia.

“Em vez de desaparecer, vamos fazer parecer que Kim Hyeon morreu.”

“…!”

“Se ele tivesse morrido desde o começo, ela nem teria começado essa busca.”

WonChang ficou em choque.

“Ela não teria entrado nesse ramo, nem sofrido tanto pra viver, nem se apegado a paus de homem.”

A voz dele saiu como um veneno, e o silêncio dominou o fone.

“Então me arruma um cadáver qualquer.”

Às vezes, diante de Han Seo-Ryeong, ele sentia vontade de rasgar o próprio rosto. A estranha sensação de ainda estar usando a máscara de “Kim Hyeon” o deixava tonto.

“Kim Hyeon” era só uma ilusão. Mesmo assim, às vezes parecia que aquele homem doce e devoto ainda estava grudado na pele dele como um molde deformado.

Mas o que restava agora não era amor — apenas uma crosta suja e sem sentido.

Ele precisava encerrar aquilo de vez.

“Esses dois, Han Seo-Ryeong e o marido dela… eu vou separar completamente.”

“―!”

Ele ainda não entendia o que o CEO Kang Taegon queria, mas se não podia se livrar dela nem controlá-la, havia outro caminho: destruir sua motivação.

Marido? Que se dane.

Lee Wooshin contraiu o rosto congelado, observando a silhueta dela com olhos de predador.

Acha mesmo que vai encontrar Kim Hyeon sozinha? Como pretende fazer isso? Eu nunca vou deixar que me alcance. Esse jogo vai acabar aqui.

Ele ficou ali por um tempo antes de se virar, soltando o ar frio.

“E recompila os dados da Coruja e manda pra mim.”

“Mas, chefe, você já tem tudo do caso da Coruja.”

“Não esse.”

Ao se mover, ele esbarrou o cotovelo no alarme do terraço. O som estridente ecoou pelo campo de treino.

Os soldados, assustados, se espalharam em pânico. Lee Wooshin observou a confusão se espalhar e sorriu torto.

“Não os dados que o vice-diretor mandou, quero os que você revisou pessoalmente — desde o relatório de nascimento.”

“O quê? Espere, senhor, isso vai contra os regulamentos da SNI!”

A voz nervosa de WonChang saiu num pulo. Ele sempre seguia as regras à risca.

“Kim Hyeon não vai se meter na vida dela, mas eu preciso conhecê-la.”

Mas, a essa altura, Lee Wooshin já tinha abandonado qualquer neutralidade.

“Eu me sinto um lixo todo dia, WonChang… porque não consigo entrar na cabeça da Han Seo-Ryeong.”

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Tags:
Doce Psicose, Merry Psycho, novel
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