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Doce Psicose (NOVEL) - Capítulo 86

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Seo-Ryeong estremeceu no instante em que o calor dele tocou sua mão, lembrando-se vividamente das coisas estranhas que Wooshin havia feito com ela antes. Mas, dessa vez, ele apenas pressionou as pontas de suas unhas, examinando-as com cuidado.

“Quando comecei neste trabalho, eu odiava ver sangue coagulado sob minhas unhas. Por isso as cortava toda noite.”

Ouvindo-o falar sobre algo tão pessoal — algo que ele normalmente jamais comentava —, ela deduziu que devia ser o efeito do álcool.

Ele passou os dedos lentamente sobre as unhas crescidas dela e estalou a língua.

“Você não tá planejando arranhar mais ninguém, tá? Espera aí.”

Wooshin a segurou pelos ombros e a empurrou gentilmente em direção ao sofá.

Um bêbado que corta unhas? Ela sempre achara o comportamento dele imprevisível e confuso, mas aquilo era novidade até para seus padrões.

Sentindo uma curiosidade estranha por esse lado inusitado dele, Seo-Ryeong deixou-se guiar sem protestar.

Depois de sentá-la, ele foi até o armário, mas parou no meio do caminho, olhando para ela de modo um tanto desajeitado.

“Onde está o cortador de unhas?”

Seo-Ryeong deu uma risadinha e assentiu com a cabeça.

“Você estava indo na direção certa. Segunda gaveta.”

Ele retomou o movimento, e Seo-Ryeong o observou por um instante antes de comentar:

“Parece que todo mundo vive do mesmo jeito depois que casa.”

“…”

Sem responder, Wooshin voltou para o sofá e puxou a mão dela para perto. Com destreza, deslizou a lâmina fria sob as unhas e pressionou. A cada estalo, pedacinhos em forma de lua crescente caíam sobre sua coxa.

A forma como ele se curvava, silencioso, concentrado em aparar suas unhas, o dorso largo e firme — tudo aquilo a fez lembrar de Kim Hyeon.

Ela sabia que esse tipo de pensamento era doentio, mas sempre fora fraca diante de pequenos gestos de cuidado. Isso só fazia crescer uma sensação de vazio, um anseio profundo que parecia se alastrar dentro dela como uma poça escura.

Inquieta, ela se remexeu. Às vezes, estar tão próxima dele a fazia se sentir desconfortável — principalmente quando Wooshin ocupava o espaço que antes pertencia ao marido, preenchendo lacunas que Hyeon deixara para trás. Isso trazia uma onda súbita de dúvida.

Percebendo ou não, Wooshin apertou a mão dela com mais força. Suas respirações se misturaram, e o cheiro de álcool ficou mais forte. Apesar disso, sua expressão permaneceu firme, como se ele tivesse uma alta tolerância. Com o rosto inclinado, ela via apenas seu cenho franzido e o nariz afiado.

Então, sua voz grave rompeu o silêncio:

“Como você consegue viver sozinha num lugar como este?”

“O que quer dizer com ‘um lugar como este’?”

“Um lugar onde o tempo parou.”

“…”

Dois pares de chinelos, duas xícaras, dois talheres, uma escova de dente que ainda não fora jogada fora, um par de sapatos masculinos esquecido no canto do armário, e um quarto trancado.

Parecia que Wooshin estava se referindo aos vestígios de Kim Hyeon ainda espalhados pela casa.

“Não seria uma boa ideia vender este lugar e se mudar?”

“…”

“Está tão silencioso aqui… talvez porque esteja vazio. Tudo o que consigo ouvir é a sua respiração, Han Seo-Ryeong.”

“Não. Esta é a minha casa.”

“…”

“É o único lugar que ainda parece meu lar.”

Ele parou de cortar as unhas e a encarou por baixo dos olhos. Apesar do olhar frio, ela não desviou o seu.

Wooshin então abaixou mais a cabeça, esfregando as têmporas como se estivesse prestes a sentir uma dor de cabeça. O cabelo rente, rígido e perfeitamente alinhado, dava-lhe um ar sólido, quase impenetrável.

“Se você não pudesse ver…”

Sua voz saiu rouca, carregada de tensão.

“…talvez tivesse sido mais fácil amar.”

“O quê…”

“Estou falando do seu marido.”

“…!”

“Mas o que vocês tinham… era mesmo amor?”

O rosto dele estava meio coberto pela sombra, tornando impossível ler sua expressão.

“Se você estava apenas se agarrando a alguém porque não conseguia enxergar o futuro… isso não é amor. É instinto de sobrevivência.”

O ar prendeu-se em sua garganta. Sentiu um peso se instalar em seu peito, mesmo sem ter levado golpe algum.

“À primeira vista, pode parecer o mesmo. Mas é algo completamente diferente, não é?”

“…”

Algo afiado pareceu prender-se em sua garganta. Enquanto isso, Wooshin continuava a cortar suas unhas, impassível.

Ela mordeu o lábio, suportando a dor fria que se espalhava pelo peito. A ponta dos dedos, onde os dois se tocavam, estava gelada.

“Agente Han Seo-Ryeong, você disse que queria viver uma vida normal. É por isso que não consegue soltar. Mas sabe como isso soa pra mim?”

“Pare…”

“Você se agarra ao seu marido como se ele fosse sua última chance de normalidade num mundo quebrado. Não é mais fácil se convencer de que a satisfação própria é amor?”

“Cale a boca!”

O grito dela saiu trêmulo, tomado pela raiva. Tentou puxar a mão, mas ele não soltou.

Enquanto ela se inflamava, Wooshin mantinha-se frio, seu olhar cortante dissecando suas emoções.

“Você nunca pensou que o que sente pelo seu marido pode ser egoísmo? Se um agente da SNI se envolveu, é provável que tenham manipulado suas pequenas fissuras e as ampliado de propósito.”

“….”

“Por que você confia tanto nas próprias emoções?”

Snap. Snap. As unhas continuaram a ser aparadas, uma a uma.

“O que há de confiável neste mundo? Eu nunca encontrei nada em que pudesse confiar.”

“….”

“Se entendeu, descubra o que é falso e jogue fora. Isso vai facilitar sua vida, agente Han Seo-Ryeong.”

Cada palavra dele cavava fundo nas emoções emboladas que ela tentava manter soterradas.

As palavras, pisoteando tudo o que a sustentava, despertavam nela raiva e uma tristeza tão profunda quanto impotente — uma mistura que a dilacerava por dentro.

E, mesmo assim, em meio àquele turbilhão, ele continuava aparando suas unhas com uma delicadeza quase carinhosa, em contraste brutal com o caos que causava dentro dela.

Com força, Seo-Ryeong arrancou a mão de volta. As unhas, cortadas pela metade, ficaram pendendo de modo irregular.

“…Mesmo que não tenha sido amor, eu não me importo.”

As palavras que ela vinha engolindo escaparam, cortantes.

“Importa o que eu senti? Talvez você esteja certo, Instrutor. Talvez eu seja egoísta. Eu quero Kim Hyeon, egoistamente. E tudo o que eu quero é que ele volte pra mim.”

O rosto dela estava vermelho de raiva, mas havia algo de despido, vulnerável, em sua voz. Engolindo o nó na garganta, ela prosseguiu — as palavras frias dele, ironicamente, haviam deixado seus pensamentos mais nítidos.

“Eu não estou procurando meu marido por amor. Não é porque eu o amo, ou porque sinto falta dele. Minhas razões não são tão puras assim, então não me provoque.”

“….”

“Eu vou deixar Kim Hyeon com fome. Vou torturá-lo, como você me ensinou.”

Wooshin, que a observava com expressão glacial, passou a mão pelo rosto, exalando cansaço.

“E eu vou fazê-lo confessar tudo. O que ele fez comigo. O que a SNI fez! Tudo o que ainda não entendo — eu vou ouvir da boca dele!”

“….”

“Então, como meu cúmplice, aja de acordo com o seu papel.”

Os olhos de Seo-Ryeong ardiam, tentando sustentar o próprio coração que se despedaçava. Um medo inominável começou a rastejar por dentro dela, como uma nuvem de formigas escuras.

As rachaduras vinham de dentro. Mas seu orgulho a impedia de reconhecê-las, e ela apenas cerrou os dentes.

Rápido… antes que tudo mude… rápido…

Ela fechou o punho com força, e a unha não cortada cravou fundo em sua carne. A dor trouxe um estranho alívio, como se pudesse respirar outra vez.

“Na próxima semana, vou me encontrar com a vice-diretora da SNI.” murmurou, relembrando a informação que o diretor Kang Taegon lhe dera.

“Ouvi dizer que ele fará um discurso num evento acadêmico.”

Nesse instante, Wooshin arqueou uma sobrancelha, fitando-a com atenção antes de soltar uma risada curta e sarcástica. Havia algo entre descrença e admiração em seu olhar.

“A vice-diretora, hein…” murmurou, um sorriso lento surgindo no canto dos lábios. “Quer que eu a traga até você?”

Juntando os pedacinhos de unha espalhados sobre a coxa, ele perguntou num tom quase animado.

 


 

A BLAST fervilhava desde cedo.

Do saguão aos elevadores e até os escritórios, o burburinho girava em torno dos seguranças mortos.

Os rumores aumentaram depois que o noticiário da manhã informou a morte por ataque cardíaco do diretor de Desenvolvimento Econômico da Mongólia, que estava hospedado num hotel em Seul. Muitos começaram a sussurrar teorias conspiratórias.

“Quanto mais penso nisso, mais arrepiante parece.”

Jin Ho-jae lhe entregou uma xícara de chá quente enquanto falava.

“A agente Han Seo-Ryeong também estava naquela cena, sabia? Que sorte ela ter saído ilesa.”

“Eu só estava no local pela manhã.”

“Mesmo assim, vai saber. Talvez você tenha passado bem ao lado do culpado misterioso de quem todo mundo fala.”

Foi nesse momento que ela levantou o olhar — e se deparou com Wooshin entrando na sala.

Ela havia se perguntado por que ele sumira desde o amanhecer, mas parecia que estivera treinando. Seu cabelo ainda estava molhado, assim como o de Yoo Dawit, que veio logo atrás.

O café da manhã havia sido, mais uma vez, arroz frito sem gosto. Apesar das reclamações dela, ele continuava insistindo em preparar.

“Rações de combate têm gosto disso mesmo. É bom se acostumar.” dissera ele.

Seo-Ryeong olhara para os grãos secos e quebradiços antes de ceder e levar a colher à boca.

Haa…

Talvez uma xícara de chá ajudasse o estômago a se acalmar. Assim que estendeu a mão para o chá de ameixa que Jin Ho-jae havia feito, Wooshin se aproximou, o cheiro de sabonete o seguindo, e deu-lhe um leve toque na barriga ao passar.

“…!”

Surpresa, ela instintivamente levou a mão ao abdômen — um segundo tarde demais. Parecera apenas um toque leve, mas havia algo estranho, como se ele estivesse testando algo.

Seo-Ryeong esfregou a barriga com força, tentando apagar o calor deixado por aquele breve contato. Wooshin, impassível, atravessou as mesas dos outros agentes rumo à sua cadeira.

Ainda assim, havia um vestígio de satisfação em seu rosto enquanto passava.

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