O Túmulo do Cisne (NOVEL) - Capítulo 1
Um arrepio percorreu a espinha de Anna, como se uma fera escondida na escuridão estivesse à caça da sua presa. Ela apertou os olhos e tremeu.
Logo, a mão de Rothbart tocou seu cabelo. Os fios escuros, como se tivessem absorvido toda a escuridão, escorregaram pelos dedos dele como areia.
— Abra os olhos.
Ele sussurrou baixo, arrastado, quase como um rosnado. Anna não queria obedecer, mas também não tinha coragem de desafiar a ordem de Rothbart. Lentamente, abriu os olhos. Seus cílios tremiam, denunciando o desconforto que a consumia.
— Como imaginei…
O que ele queria confirmar? Anna, sem entender, apenas tremia na escuridão.
“Por quanto tempo isso vai durar?”
De repente, algo agarrou seu pescoço. Era a mão de Rothbart. Ela não queria morrer assim. Convencida de que seria estrangulada, Anna reuniu o seu forças e suplicou freneticamente, apavorada:
— Eu… eu faço qualquer coisa, por favor, me deixe viver! Nunca mais entrarei aqui! Eu só estava curiosa, não vou contar a ninguém o que vi… Mmph…
Mas o que a deixou sem fôlego não foi a mão que a prendia, mas sim os lábios que a devoravam como se quisessem consumi-la inteira. A boca de Rothbart engoliram a sua, e em seguida ele lambeu seus próprios dentes como se os estivesse confirmando o ato, roçando repetidamente a ponta da sua língua contra o canino inferior esquerdo particularmente afiado.
— Uhh, nngh, mestre, mm…
As mãos de Anna tentaram afastar seu peito, duro como pedra, mas ele a ignorou e continuou a beijá-la.
O beijo inesperado deixou sua mente confusa. Ela tentou recuperar o juízo, mas toda vez que a língua de Rothbart varria a sua boca, os seus frágeis pensamentos dispersavam-se como pó, deixando-a ofegante e extasiada pelo beijo.
Entretanto, a mão dele levantou a saia dela até à cintura. Em seguida, puxou suas ceroulas¹ e a calcinha, a aspereza das suas mãos mais perto de rasgar do que de despir. E então, as costuras rasgaram audivelmente.
Sua carne exposta brilhava com umidade. Rothbart engoliu em seco repetidamente, os seus olhos fixos e famintos entre as coxas dela.
— Tão molhada…
A voz que antes a tinha ameaçado de morte agora se tornava doce, como se tudo tivesse sido uma mentira.
Seus lábios curvaram-se de forma não natural, revelando seus dentes brancos. Sob o manto negro, apenas o brilho dos caninos de Rothbart era visível, como uma besta exibindo os dentes em um sorriso grotesco. Anna arfou enquanto olhava para ele. Saliva, ela não sabia de quem, escorria por seus lábios entreabertos.
Anna pensou que deveria resistir com mais força, mas, de alguma forma, não conseguia. Talvez fosse porque, à beira da morte, ela mal tinha vislumbrado uma luz de esperança.
Em um instante, a atitude de Rothbart mudou drasticamente, e o instinto de Anna lhe disse que sua morte havia sido adiada. Essa percepção veio acompanhada pelo retorno imediato do nevoeiro que nublava seus sentidos. Embora a vela tivesse sido apagada, a doce fragrância do incenso impregnava o ar, bagunçando seus sentidos.
Seu corpo parecia chumbo derretido. Quente, pesado… Algo estava errado.
— Haah…
Só então Anna percebeu que o incenso que Rothbart tinha acendido ao entrar na sala continha um afrodisíaco. Mas já era tarde demais. O seu corpo, encharcado com a droga, tinha se tornado hipersensível e impotente.
Ao contrário do seu corpo relaxado, a sua mente ainda não estava completamente entorpecida. Ela podia prever o que estava prestes a acontecer-lhe. Ele inevitavelmente a profanaria. Era como uma profecia da qual ela não podia escapar, mas ela ainda se agarrava a um apelo inútil.
— Mestre, p-por favor, me perdoe…
— Você me recebe bem. Também sentiu minha falta, não sentiu? Não é verdade?
Rothbart foi quem esteve mais próximo do incenso. Anna tinha certeza de que ele estava drogado e a confundia com a Marquesa. Caso contrário, por que ele, que jamais a considerou mais do que um rato, agiria assim de repente…
A alucinação nascida da droga tinha poupado-lhe a vida, por enquanto, mas não era inteiramente uma bênção. Quando ele voltasse a si mais tarde… ele poderia, em vez disso, enfurecer-se como fogo, furioso pela Marquesa, a quem ele reverenciava como um santuário, ter sido profanada. Se isso acontecesse, o estrangulamento poderia ser um fim mais gentil…
Ela tinha que escapar desta situação de alguma forma. Mas, contrariando à razão, a entrada de Anna abria e fechava repetidamente, libertando seu suco translúcido. Forçado ao cio, seu corpo já tinha terminado de se preparar para aceitar aquele homem, e ele, imponente diante dela, captou o cheiro com vontade.
Quando as dobras da sua vagina encharcada e gotejando foram afastadas, algo grande entrou. A dor, muito mais forte para esquecer mesmo drogada, cortou a sua carne, fazendo Anna lutar e gemer.
— Haaak! Ah, dói, ah, aah… m-mestre, desculpe, por favor, pare…
— Roth.
Rothbart sussurrou enquanto esfregava o nariz na bochecha de Anna. A sua voz úmida agarrou-se de forma pegajosa à borda do seu ouvido. Como algo vivo, a umidade rastejou pelo seu canal auditivo e para o seu cérebro.
— Me chame de Roth.
Rothbart impulsionou as suas ancas com força e puxou a cintura dela para ele. Ela gritou como um animal apanhado em barras de ferro.
— Ahhk!
— Você tem esse direito.
Ao dizer isto, seus olhos curvaram-se em um sorriso. No vermelho do seu olhar existia Anna, cujo rosto se contorcia de dor, mas corava com tanto calor. Ela parecia estar se debatendo, submersa em sangue.
— Você age como uma virgem. Me lembra a sua primeira vez.
— Ah, ah!
— Naquela altura também, cantou como um pássaro…
— Dói, ah, ngh, nngh… ah!
Cada vez que o pênis de Roth entrava em seu corpo, o vaso de Anna se estilhaçava e era refeito novamente. Ela não conseguia dizer se o seu corpo estava se adaptando a ele, ou se ele simplesmente conhecia o seu corpo bem demais.
Com os seus movimentos implacáveis a abaná-la, Anna esqueceu-se que tinha um namorado, esqueceu-se que esta era a sua primeira experiência. Ela rendeu o seu corpo inteiro ao prazer que Rothbart lhe dava, abrindo as pernas em submissão e deixando escapar gemidos húmidos.
— Ah, aaah, Roth, ah…!
No momento do clímax, atrás do corpo maciço de Rothbart, o retrato da Marquesa se embaçou, piscando e sumindo de vista.
Na visão turva de Anna, ela não conseguia captar nada, exceto o par de olhos rubis que pareciam perfurá-la diretamente.
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SUMÁRIO:
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- Ceroulas: Ceroula feminina é uma calça íntima, justa e fina, usada como uma “segunda pele” por baixo de outras roupas para aquecer o corpo em dias frios. Antigamente, eram largas, longas. Aquela famosa “bermuda” que usavam por baixo de vestidos volumosos ou roupas de criadas. Aparece no cap 2 do manwha caso queiram visualizar.