O Túmulo do Cisne (NOVEL) - Capítulo 1
Enquanto Anna mordia os lábios, tentando desesperadamente pensar no que fazer a seguir, seus ouvidos aguçados captaram o leve farfalhar de tecido. Depois, veio o amassar do tecido, seguido por um longo suspiro de um homem, como se tivesse acabado de aliviar sua tensão.
— Haa…
O ruído grave que saiu da garganta dele agarrou-se aos seus ouvidos de Anna como o rosnado de uma fera. Arrepios percorreram sua pele. O som contínuo de fricção junto com as respirações viscosas, fizeram Anna erguer a cabeça antes que percebesse o que estava fazendo. Através da estreita abertura na cortina, ela vislumbrou algo que mal podia acreditar.
A mão de Rothbart estava acariciando o meio de suas próprias pernas. Seus dedos moviam-se lentamente sobre o volume em suas calças, o significado por trás disso era descaradamente claro. Anna esqueceu-se até de desviar o olhar, encarando fixamente a cena.
Ela não era tão tola a ponto de não entender o que ele estava fazendo. Ali estava ele diante da lareira, roçando o rosto no retrato da Marquesa enquanto se satisfazia.
Logo, com as mãos ásperas e apressadas, ele soltou a fivela das calças. O elaborado fecho dourado brilhou fracamente no escuro a cada movimento.
Então, da abertura frouxa de suas calças, algo emergiu. Longo, grosso… uma presença tão evidente que nem mesmo a escuridão podia ocultar. Para Anna, era a primeira vez que via um pênis nu de verdade.
Diante daquele ato obsceno, ela quase gritou, mas conseguiu sufocar o som com a mão. Prendendo a respiração, agachou-se e observou silenciosamente as ações do homem. Seus olhos, fixados naquilo, seguiam cada movimento que as mãos dele faziam, como se estivessem em transe.
Então, Rothbart cuspiu grosseiramente na palma da própria mão. Para alguém cuja postura exalava nobreza, e cuja conduta nesta sala beirava o obsessivo, esse ato vulgar era tão destoante que os sábios de Anna secaram.
Usando a saliva como lubrificante, ele agarrou seu pênis e começou a masturba-lo rudemente, com força. Mesmo com sua mão grande, levava tempo para que sua ela percorresse todo o comprimento do pênis, da base até a ponta.
A cada movimento, o pré-sêmen escorria da ponta inchada e pingava no chão. Ele pressionava seu grande corpo contra o retrato, como se tentasse puxar a figura da Marquesa para fora ou forçar sua entrada na pintura, gemendo o tempo todo.
— Você deve gostar disso, não é? Hum? Sempre foi assim… Fingindo que me daria tudo, mas no fim, escapando de mim…
Sua voz rachada soava desesperada e furiosa, queimada por paixão e amargura. Mesmo sabendo que era a Marquesa no retrato por quem ele implorava, sua voz agarrou-se aos ouvidos de Anna como um bater em ferro, pegajosa e pesada, impossíveis de ignorar.
Entre as criadas, algumas discutiam se o Marquês ainda amava sua falecida esposa, ou se ele apenas fingia. Mas, neste momento, Anna teve certeza: nada jamais a substituiria para ele.
Para Rothbart, a mulher no retrato era, mesmo sem carne, uma tentação que enfeitiçava a sua alma, um santuário que inebriava a sua mente.
O nobre que tanto se orgulhava de sua austeridade estava ali, se masturbando diante da lembrança da sua falecida esposa. Este ato, ao mesmo tempo terno e obsceno, despertou algo adormecido na própria natureza de Anna, um arrepio despertando seu calor e curiosidade. O calor inundou o seu corpo, e um peso estranho se instalou em seu ventre.
Ela nunca havia sentido essa excitação. Convenceu-se de que era apenas um impulso físico, desejando que ele terminasse logo e saísse dali. Apertando suas coxas, mordeu os lábios com força.
Então Rothbart soltou um gemido baixo, abafado.
— Haa… Ianna…
A única palavra dita a atingiu como um raio, perfurando sua cabeça e batendo no seu coração. O verdadeiro nome de Anna era Ianna, e estranhamente, a Marquesa também teve o mesmo nome.
Embora incomum, não era totalmente único. Talvez a Marquesa estrangeira o tivesse escolhido como um nome falso para se adequar a este lugar. Assim como Sehyun, o namorado de Anna, que agora é chamado Joseph na mansão…
Considerando as coincidências, era plausível que ambas compartilhassem o mesmo nome. Anna levou a mão ao peito acelerado, assustada pela descoberta repentina.
Mas cada vez que Rothbart chamava por Ianna com aquela voz rouca e vulgar, ela não conseguia afastar a ilusão de que ele era ela quem estava desejando com tanta intensidade. Manter a calma era impossível.
Talvez por estar escondida dentro da cortina, ou porque ainda mantinha a boca coberta, sua respiração começou a falhar, estava sufocada. A fragrância doce e sedutora do incenso provocava-lhe o olfato. Aquele aroma, pairando bem diante do seu nariz, parecia entorpece-lhe a mente, mergulhando-a num torpor pesado.
— Droga… o fedor de uma rameira¹!
Absorvido em seus movimentos, Rothbart praguejou e bateu o pé, irritado. Logo em seguida, agarrou a vela sobre a lareira e o arremessou ao chão. Assim que o fogo caiu, sua bota esmagou a chama.
Anna, mal ousou respirar, concentrando-se apenas nos movimentos de Rothbart, rezando desesperadamente.
“Por favor, por favor, que ele não me veja…”
Mas o destino zombou de sua súplica. Uma grande mão pálida de repente surgiu por baixo da cortina e agarrou o seu tornozelo brutalmente. A dor, aguda, como a de ser apanhada por armadilha, quase fez Anna gritar. Mas, como se sua garganta estivesse selada, nenhum som escapou.
Ela foi pega. O choque deixou sua mente em branco, incapaz de pensar.
— Achou que passaria despercebida com esse seu cheiro forte de puta? — a voz dele soou venenosa. — Criaturas imundas… sempre acabam se mostrando.
Rothbart falava de forma desconexa, como se cuspisse o que lhe vinha à mente.
Anna agarrou-se à lareira, tentando resistir, mas Rothbart puxou o seu tornozelo com uma força impiedosa. A dor latejava, como se os ossos fossem se partir sob o aperto dele. Seu corpo foi arrastado pelo chão, pouco a pouco, até ser arrancado de trás da cortina.
— Rata desprezível… Eu deveria te contar o que aconteceu com aqueles que ousaram entrar neste quarto até agora.
O riso sinistro de Rothbart gelou o seu sangue. Intencionalmente ou não, ele a arrastou lentamente, aterrorizando-a ainda mais.
Anna não era a primeira criada a se esgueirar para aquele quarto. Houve outras que entraram ali antes, cobiçando os objetos de valor da Marquesa… e todas, sem exceção, encontraram a morte. Esse era o castigo por se aproximar dos amuletos do Marquês. Ainda assim, mesmo sabendo disso, ela foi obrigada a entrar ali.
Lágrimas brotaram e escorreram pelo seu rosto descontroladamente.
— Minha esposa nunca aceitaria esse seu sangue imundo. Portanto, irei dar-lhe de alimento aos porcos.
Anna sabia que ele não era apenas uma ameaça. Embora ele tivesse agarrado ao seu tornozelo, parecia que sua mão agarrava a garganta dela, sufocando a sua respiração.
“Seria esse o fim? Neste mundo, morrer sozinha… Não. Não posso morrer assim…”
— E-Eu sinto muito, mestre… por favor, me perdoe. Por favor…
Anna gaguejou, trêmula, forçando as palavras a saírem enquanto se agarrava a qualquer súplica que pudesse comovê-lo. Pensamentos desconexos rodavam freneticamente em sua mente, buscando desesperadamente algo que pudesse fazê-lo mudar de ideia.
Mas o aperto de Rothbart era implacável. O corpo de Anna foi completamente puxado para fora de trás da cortina. Só então ela o viu, a figura maciça que estava erguida sobre ela.
O último brilho da vela que iluminava o quarto vacilou… e se apagou, deixando apenas uma escuridão densa que dominou o quarto. O que ela podia ver não era mais do que um contorno vago nas sombras e o brilho penetrante dos olhos vermelhos que a fitavam.
Seriam os olhos de uma fera, ou os de um demônio?
Embora estivessem mergulhados na mesma escuridão, a visão deles não era a mesma. Onde Anna não conseguia ver nada, Rothbart olhava fixamente para o seu rosto.
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SUMÁRIO:
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- Rameira: diz-se de mulher que exerce a prostituição.
﹐ ﹒ 𝒌ırα﹒⟢.
ELAS SÃO AS MESMASSSSSS