Tente Implorar (Novel) - Capítulo 12
— Vou ser expulsa?
Parecia um ratinho tolo…
Um longo suspiro escapou de seus dentes, que pressionavam o lábio inferior. Se ela fugisse como se esperasse sua ordem, ele a perseguiria e a jogaria no carpete — a tentação seria grande. Mas ao ouvir “Vou ser expulsa?”, com aquela voz trêmula…
Sally se tornou tão patética que até seu interesse mais superficial se dissipou.
— Não a expulsarei. Então, por favor, vá.
— O-obrigada.
A criada desceu da mesa, hesitante. Winston ignorou-a, abrindo a gaveta da escrivaninha.
— A arma está confiscada.
Guardou o revólver e fechou a gaveta com um golpe seco. A empregada, com o rosto ainda marcado pelo choro, dirigiu-se à porta. Ele se jogou na cadeira, observando-a sair como um rato fugindo.
“Deixá-la ir era só um jogo.”
Gostava de caçá-la. Mas por que aquela despedida não trouxe o gosto agridoce de uma presa escapando por pouco?
Ao olhar para a porta fechada, depois para a mesa revirada, sentiu-se um animal no cio, dominado por instintos baixos.
O que aquela mulher insignificante tinha de especial?
A resposta veio rápido.
O lenço de seda manchado de sangue ainda estava sobre a mesa, ao lado da carteira. Winston o pegou. A mancha vermelha no centro destacava-se, branca como os ossos de um cadáver.
O cheiro de sangue despertou suas memórias.
O sabor.
O gosto metálico do cano de uma arma, o cheiro de morte — mas também o calor pulsante de algo ainda vivo.
A lembrança de uma garota surgiu em sua mente, desbotada como um filme antigo, exceto por três detalhes: cabelos castanho-escuros, olhos turquesa e sangue nos lábios.
Um sorriso amargo surgiu em seu rosto ao recordar o último grito daquela menina.
Daisy.
Seu primeiro desvio. Sua primeira queda.
Foi numa praia, durante uma fuga das obrigações de “herdeiro da família”. No dia seguinte, seu pai morreu ensanguentado.
Agora, sangue tinha um novo significado.
— Porco nojento!
A voz daquela garota ecoava em sua mente. Será que Sally o xingaria assim?
“Se ela é a mesma garota…”
A dúvida persistia. Os olhos turquesa eram raros. Se Sally fosse Daisy, finalmente entenderia por que desejava tanto enforcá-la. Abriu a gaveta novamente. O revólver prateado repousava ao lado das medalhas do pai. Quando perguntou se ela atiraria nele, ela assentiu sem hesitar.
“Que mulher divertida.”
Pegou a arma, imaginando… Quando ela planejava matá-lo? Antes do chute entre as pernas? Ou desde o início, puxando a arma devagar da meia? Lembrou-se dela colocando a mão no bolso antes do quase-beijo.
“Uma raposa fazendo-se de tola.”
Sally Bristol.
Uma criada dócil por fora, perigosa por dentro. Perversa o suficiente para aceitar seu dinheiro. A mais egoísta de suas subordinadas — e a mais obediente.
“Por que ela me fascina?”
Colocou o revólver de volta na mesa e desabotoou o cinto. Queria arrancar a dona daquela arma. Conhecê-la por dentro.
Sua mão, ainda segurando o lenço manchado, deslizou para baixo. O tecido macio roçou sua pele, e um suspiro escapou de seus lábios.
“Sally o xingaria como Daisy fez?”
Imaginou-a nua na mesa de tortura, algemada, gritando. Seria doce ouvi-la berrar. Mas não como hoje — não daquela forma patética. Queria ouvi-la amaldiçoá-lo enquanto ele a fodia.
Sua mão acelerou.
Onde começaria?
A boca dela não seria má ideia.
Lembrou daquela língua quente, enrolando-se em seu dedo. Ele a forçaria a engolir seu pau inteiro. Até seus lábios ficarem azuis. Sua garganta se contrairia, tentando engolir carne dura em vez de ar.
E depois?
Sua respiração ficou mais pesada.
O que viria a seguir?
Puxou a gravata, apertando-a como um laço.
No lenço, sangue e sêmen se misturavam. O cheiro era intoxicante.
Imaginou Sally sangrando em seu colo.
Seria rosa por dentro, como seus lábios? Se a pegasse pela cintura e a empurrasse contra ele, ela gritaria. Tentaria fechar as pernas, balançando os seios de forma obscena.
Então, generoso, ele diria:
“Peça para eu parar, e eu paro.”
Ela imploraria? Tremeria?
Mas ele a foderia de qualquer jeito. Sally o amaldiçoaria com a mesma boca que suplicara.
Seria tão apertada quanto sua boca?
Ele apertou o punho, lembrando da sensação úmida de sua língua.
Enterraria tudo nela de uma vez.
Depois, puxaria devagar — até ver seu sangue pintando sua pele.
— Ha…
Um suspiro escapou quando ele chegou ao clímax, manchando o lenço de branco. Não era só alívio. Era frustração.
— Não disse que você é irritante justamente por ser… interessante?
Ela não entendera suas palavras antes.
“É irritante não poder jogá-la na câmara de tortura.”
Mas ele tinha princípios. Não torturar mulheres e não torturar inocentes. Sally se encaixava em ambos. Torturá-la seria como arrancar as pernas de uma formiga trabalhadora — divertido no início, mas entediante depois.
“Para ser punida, ela precisa cometer um crime real.”
Pegou o revólver novamente.
Posse ilegal de armas era infração leve — não suficiente. Até sua mãe tinha um revólver escondido.
— Sally… faça algo pior.
“Porque eu quero ter uma razão para puni-la.”